Uma vida dedicada ao Leixões

Aqui fica uma reportagem sobre Orlando Ramos, considerado por muitos pai do voleibol leixonense. Esta reportagem foi retirada do jornal desportivo "ojogo".

Orlando Ramos, de 88 anos de idade, é o sócio número dois e, neste momento, o mais antigo, pois o primeiro faleceu entretanto. Corre atrás do Leixões desde pequenino e leva 74 anos como associado. Foi atleta do clube em várias modalidades, designadamente basquetebol, andebol e voleibol, tendo estado ligado a esta última como fundador e director. Hoje, continua a ser presença assídua no Estádio do Mar, sempre no apoio ao clube de sempre, uma das grandes paixões da sua vida: "O Leixões é a menina dos meus olhos", diz.
Fundador do voleibol
Além do futebol, o Leixões tem uma forte tradição no voleibol, sendo um dos clubes com mais títulos em Portugal: 15 em femininos e 8 em masculinos. Feitos que não seriam possíveis sem Orlando Ramos. O mais antigo de todos os sócios foi um dos fundadores da secção no clube, em 1945, e foi director da mesma durante 50 anos seguidos. Foi também voleibolista, actuando como "distribuidor", pelo que em 1964 fez parte do "staff" da equipa que conquistou o primeiro título campeão.
"Bebés" vestiam bem graças ao roupeiro Alberto
Havia falta de dinheiro, mas o brio abundava. Orlando Ramos recorda que na sua juventude "o Leixões era o 'grupo' que equipava melhor". Muito desse mérito, lembra, pertencia ao senhor Alberto, o roupeiro de então. "Era um carola, um indivíduo fantástico, que fazia tudo pelo clube", vinca.
Amor à camisola no Campo de Santana
Orlando Ramos foi atleta no tempo do amor à camisola. "Pagávamos para jogar, mas não queríamos outra coisa. Naquele tempo, os jovens não tinham tantas opções como agora e não se desencaminhavam", recorda, não esquecendo o velho campo de Santana. "Mas que grandes jogos lá fiz", exalta.
Filho dá nome ao pavilhão
A história da família Ramos não se resume ao senhor Orlando. Ilídio, o filho, que já faleceu, foi uma figura emblemática do voleibol leixonense, por força de um enorme trajecto enquanto jogador internacional e treinador. O Leixões homenageou-o para sempre, colocando Ilídio Ramos como nome de um dos seus pavilhões.